sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pudim de sobremesa


Reproduzo abaixo o sempre excelente texto de Martha Medeiros:

Pudim de sobremesa

Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido.
Um só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quis er,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar
prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:
um pudim inteiro
um sofá pra eu ver Crepusculo,
uma caixa de trufas bem macias
Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . ..
 Martha Medeiros

Cuidar do Jardim!



Proativos & Reativos


Pessoas pró-ativas influenciam o meio, garantem harmonia, direcionam boas energias, iluminam tudo e a todos a seu redor. Nunca se sentem vítimas das circunstancias. Escolhem com sabedoria as coisas que podem influir para uma mudança significativa que atenda a muitos.
Pessoas re-ativas são aquelas que pensam e atuam dentro de padrões de causa e efeito.
Vamos comparar?
O que o Proativo e o Reativo pensam e agem sobre:
Erro:
Proativo= “Enganei-me“, e aprende a lição.
Reativo = “A culpa não foi minha“, e responsabiliza terceiros.
Adversidades:
Proativo =sabe que é o melhor dos mestres.
Reativo= sente-se vítima perante uma adversidade.
Resultado:
Proativo = sabe que o resultado das coisas depende de si.
Reativo= acha-se perseguido pelo azar.
Gestão do Tempo:
Proativo= trabalha muito e arranja sempre tempo para si próprio.
Reativo = sempre "muito ocupado" e não tem tempo sequer para os seus.
Desafios:
Proativo= enfrenta um a um.
Reativo= contorna-os e nem se atreve a enfrentá-los.
Promessas:
Proativo = compromete-se, dá a sua palavra e cumpre.
Reativo= faz promessas e quando falha só se sabe justificar.
Autoestima:
Proativo = "Sou bom, mas vou ser melhor ainda".
Reativo= "Não sou tão mau assim; há muitos piores que eu".
Comunicação:
Proativo = ouve, compreende e responde.
Reativo= não espera que chegue a sua vez de falar.
Os outros:
Proativo= respeita os que sabem mais e procura aprender algo com eles.
Reativo =resiste a todos os que sabem mais e apenas se fixa nos seus defeitos.
Responsabilidade:
Proativo= sente-se responsável por algo mais que o seu trabalho.
 Reativo= não se compromete nunca e diz sempre:“Faço o meu trabalho e é quanto basta”.
Alternativas:
Proativo =“Deve haver uma melhor forma de o fazer. . .”
Reativo =“Sempre fizemos assim. Não há outra maneira.”
Problemas:
Um Proativo é PARTE DA SOLUÇÃO.
Um Reativo é PARTE DO PROBLEMA.
Visão de mundo:
Proativo= consegue "ver a parede na sua totalidade".
Reativo= fixa-se "no azulejo que lhe cabe colocar".

E aí???? Como você age???

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Linguagem Corporal


Diversas vezes quando estamos nos comunicando, nos deparamos com algumas situações que não conseguimos entender por completo, é porque no processo de comunicação, além da linguagem verbal, há também a linguagem não verbal, essa segunda muitas vezes de difícil compreensão. Um olhar rápido, um olhar mais demorado, um sorriso, um franzir de sobrancelhas ou um movimento provocante do corpo, todos são mensagens não verbais que podem ser enviadas sozinhas ou junto as mensagem verbal.

A grande dificuldade encontrada é entender o que cada gesto dessa linguagem não verbal significa, portanto procurou-se achar embasamento teórico e também exemplos práticos para deixar tudo mais claro.

A linguagem corporal é uma ferramenta de comunicação, sendo assim, se você consegue entender o que o corpo tem a dizer, conseguirá entender melhor o que os outros estão dizendo, e também transmitir melhor a sua mensagem.
Na verdade, devemos tomar muito cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente.
Oliver Sacks, em seu livro sobre surdos, comenta sobre como estes, ao assistir um programa de televisão com a presença de políticos, riam ininterruptamente da incapacidade de mentir que os “corpos” tinham. A linguagem corporal era uma grande delatora das mentiras que estes contavam.

A linguagem corporal é comandada por impulsos nervosos, oriundos do nosso sistema de percepção, que muitas vezes oferece estímulos inconscientes. Pierre Weil e Roland Tompakow em sua obra O corpo fala, norteia a linguagem corporal em quatro princípios básicos, que são eles:

Os componentes simultâneos das mensagens em linguagem do corpo humano sempre concordam entre si ou discordam entre si.
É possível discernir entre atitude conscientemente exteriorizada ou atitude consciente ou inconscientemente oculta.
A percepção ou reação do receptor das mensagens podem ser de modo consciente ou inconsciente.
Na percepção consciente de mensagens corretamente avaliadas, o acordo dos componentes confirma a verdade da intenção convencionalmente exteriorizada enquanto que o desacordo entre os componentes revela oposição reprimida da intenção convencionalmente exteriorizada.
Segundo Cristina Cairo em sua página na internet, “quando analisamos os movimentos do corpo ou o funcionamento de cada órgão percebemos que carregamos diferentes sentimentos para diferentes movimentos do nosso corpo”. Com base nisso fica mais claro que cada movimento corporal que apresentamos tem um significado próprio. Em seguida alguns exemplos de sinais que utilizamos no dia a dia e suas respectivas possíveis interpretações:

movimentação rápida, andar ereto: confiança;
parar com as mãos na cintura: incompreensão, agressividade;
sentar com pernas cruzadas e pequenos
chutes no ar: cansaço, aborrecimento;
sentar com as pernas abertas: abertura, relaxamento;
braços cruzados no peito: defensiva;
andar com as mãos nos bolsos, olhando
para baixo: falta de entusiasmo, desmotivado;
mãos nas maças do rosto: avaliação, pensamento;
coçar o nariz, tocar o nariz ao falar: dúvida, mentira;
esfregar os olhos: descrença, dúvida, mentira;
mãos fechadas atrás das costas: frustração, ódio;
apoiar a cabeça nas mãos, olhar para baixo
longamente: aborrecimento;
esfregar as mãos: antecipação, ansiedade;
sentar com as mãos para trás da cabeça e
de pernas cruzadas: confiança, superioridade;
mãos abertas, palmas para cima: sinceridade, inocência, abertura;
coçar a ponta do nariz, olhos fechados: avaliação negativa;
batucar com os dedos, olhar o relógio: impaciência;
estalar os dedos: autoridade;
alisar o cabelo: insegurança;
inclinar/ virar a cabeça na direção…: interesse;
coçar o queixo: pensando;
desviar o olhar: desconfiança;
roer unhas: ansiedade, insegurança;
puxar ou coçar a orelha: indecisão.

Outro fator de fundamental importância é tentar entender as reações do corpo quando se está contando uma mentira, é claro que a linguagem corporal deve ser sempre interpretada de acordo com o contexto da comunicação, porém existem alguns indícios que podem denunciar um mentiroso, seja pelo seu corpo, olhos ou face. Por exemplo, o mentiroso tende a se retrair, encolhendo braços, pernas e ocupando pouco espaço, ele também evita contato visual com o interlocutor e também usa a mão para esconder o rosto, principalmente a boca.

Tentou-se com esse artigo tirar algumas dúvidas sobre linguagem verbal e assimilá-la a linguagem verbal. E também entender o significado de cada gesto que costumamos presenciar diariamente, mas nunca tínhamos certeza de seu significado, mostraram-se também algumas dicas sobre como desmascarar um “mentiroso” utilizando somente de percepção..

O assunto é bastante amplo, existem diversas teorias, porém tentou-se de maneira simples abordar os pontos principais do assunto proposto.

Fonte: Maicol Francisco Ribeiro-Portal Rh

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Por dentro do cérebro- Dr Paulo Niemeyer Filho


Por dentro do cérebro - Dr Paulo Niemeyer Filho / Neurocirurgião
         
Parte da entrevista da revista PODER, ao neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho,
abaixo, quando lhe foi perguntado:

O que fazer para melhorar o cérebro ?
Resposta:

Vc. tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.

PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?

PN: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.

PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?

PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?

PN: Todo exagero.
Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações da vida, nos sonhos, na arrogância,etc.
O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito maltratado, e vice-versa.

PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem mentalmente ,com saúde, e bom aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

Você acredita em Deus?

PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz:

"Ele está salvo".

Aí, a família olha pra você e diz:

"Graças a Deus!".

Então, a gente acredita que não fomos apenas nós, e que existe algo mais, independente de religião.